Sunday, March 2, 2008

Perdido na Tradução.


Acredito que de certa forma é meu "dever" comentar com quem quiser ouvir, sobre as curiosidades deste país em que moro e que, aos poucos, estou aprendendo a chamar de "home" (porque "lar", será sempre no Brasil mesmo).
Também acredito em vida noutras galáxias, mas isso não vem ao caso.
Dada a introdução, gostaria de começar num assunto entitulado:
"Hollywood, Na Maioria Das Vezes, Faz Filmes Pra Americanos"
Por exemplo, não sei se alguém assistiu Napoleão Dynamite por aí, mas é cheio de ridicularizações da cultura norte-americana que só alguém que mora aqui poderia entender. Gostaria de ser mais específico, mas acho que ter explicar uma piada pra alguém que provavelmente nunca ouviu 'a piada', é um saco.
Outra:
Aquela cena do início do filme "Office space" (acredito que brasileiros menos americanizados o conheçam mais pelo nome infame: "Como enlouquecer seu chefe"... [péssima]), em que o cara encosta na maçaneta da porta do trampo e toma um choque. Hum.... não, a maçaneta não tem curto... ou fio solto. Aqui, eletricidade estática é um cú. Onde moro, já que sei que não tem como evitar, eu procuro sempre fechar a porta do carro com partes do corpo menos sensíveis ou expostas, na esperança de diminuir a maldita dor do choque. Cotovelo, pé e bunda são preferíveis.
Não é a dor mais forte do mundo, mas depois do seu quinto maldito choque do dia, e o terceiro em seguida, você quer arrancar a cabeça daquele fdp do Newton!!!
Nem contato físico entre pobres seres humanos escapa a essa grotesca piada da natureza... :
-Me dá um beijo amor...
-AAAAAHHHYH!!!!@! FILHO DA PUTA!!!!
-..........
Ah! E como explicar pra vocês o terrível preconceito contra pedestres? Sim, aqui, descriminamos, estranhamos e tememos pedestres... Talvez seja mais fácil explicar pra algum paulista.
Quando primeiro cheguei a cidade de Colorado Springs há pouco mais de dois anos, era uma quinta-feira. Pensei que fosse algum feriado. Carros haviam sim, mas gente na rua? Nenhuma alma. E basicamente ficou assim. Até hoje.
Se algum infeliz resolve caminhar aquele seu quarteirão de 3 kilômetros pra ir pra farmácia da esquina, é rapidamente taxado como delinquente, bêbado, preguiçoso (não tem carro, logo, não trabalha, ou ao contrário), marginal, louco ou simplesmente coitado.
Sim. O cara ainda tem que ser equilibrista pra enfrentar o gelo, esquimó pra aguentar o frio, e que deus tenha piedade da alma dele se tiver que atravessar alguma avenida.
E se não bastasse, as calçadas são a piada arquitetônica da cidade. Num quarteirão, uma calçada linda, larga e lisa... Atravesse a rua e... Você continua na rua.
A calçada acabou.
Ela começa de novo a daqui a dois quarteirões... Boa sorte!
Mudando radicalmente de assunto, porque estou cansado de escrever, o álbum que está postado logo abaixo não é fácil de encontrar. Na verdade, é o primeiro de uma coletânia da antologia. Os Mills Brothers são um grupo vocal incrível que gravaram seus primeiros sucessos no começo dos anos 30. Este primeiro album tem alguns destes e outras versões de músicas de sucesso da época, hoje, clássicos da cultura americana. Ainda não sei se os Mills Brothers faziam música branca, ou se essa era parte da música negra daquela época...
De qualquer maneira, o som é bom. Swing puro e arranjos vocais interessantíssimos.
Tenho que mencionar meu amigo Stew Miller por emprestar esse álbum e me apresentar ao som(não que ele vá ler isso, mas achei que seria boa idéia mencionar o cara).

The Mills Brothers Anthology cd1

1 comment:

Eduardo de Carvalho Silveira said...

Putz, muito bom o blog cara, só som de primeira.
valew